eu não sabia o quanto precisava assistir aquele filme — até dar o play e ouvir a protagonista dizer:
“eu não estou em um buraco.”

(spoiler: ela tava. e talvez, de algum jeito, a gente também esteja.)

alex tinha se conformado com uma vida que não escolheu:
trabalhava com a mãe, namorava um cara mediano, se escondia da família — tinha 30+, sem filhos, sem mestrado, sem “carreira sólida” — e se sentia fora da curva da tal vida bem-sucedida.

até que a mãe dela morreu.
e deixou uma única missão: cumprir a lista de sonhos que escreveu aos 13 anos.
só assim, ela teria acesso à herança.

disclaimer: alex tava quebrada. falida. sem chão.
putíssima da vida, ela foi cumprir a lista.
e a cada item riscado, recebia um dvd da mãe, com uma mensagem que lembrava quem ela era — antes de se abandonar.
(não consigo nem escrever sem chorar, juro.)

bonitinha a história.
mas o ponto chave não era o luto:
alex não se perdeu quando a mãe morreu.
ela já tinha se perdido muito antes,
quando desistiu dos próprios sonhos e se contentou com um estado de sobrevivência socialmente aceito.

e cá entre nós…
talvez você não tenha perdido ninguém — mas esteja no time de quem se perdeu de si mesma.

🎯 mini bingo: será que você faz parte desse time?

⬜ tenho pensado mais em “como pagar as contas” do que em por que escolhi esse trabalho
⬜ me sinto drenada quando o final de semana chega
⬜ nem sei dizer em voz alta o que eu realmente quero
⬜ sinto que tô sempre apagando incêndio e nunca construindo com calma
⬜ tenho sentido falta de prazer na rotina (mas continuo empurrando)
⬜ já não sei mais o que é meu desejo e o que é expectativa dos outros

se marcou 3 ou mais, fica aqui comigo.
se não marcou nenhuma — que sorte a sua. mas se quiser, fica também.

tenho pensado muito sobre o que realmente quero manifestar na minha vida depois de tantos lutos no último ano.
e com isso, encontrei alguns caminhos que não podiam mais ficar só em mim.

foi então, que semana passada, abri uma caixinha no instagram com a pergunta:
“se fôssemos comemorar a realização de um sonho seu, qual seria?”

vieram muitas respostas lindas.
mas também muitas mulheres que…
nem sabiam responder.
nem sonhar andava sendo prioridade.

uma me disse:

"acho que a gente só sonha com casa, emprego, filhos e saúde... e olhe lá."

eu concordo.
e lamento.
porque essa lista tradicional é um direito divino seu —
mas, amiga, sonhar só isso é muito pouco.

cadê os seus sonhos grandes?
os que dão frio na barriga?
os que você vai querer estourar uma champanhe quando realizar?
aqueles que mudam sua forma de viver e enxergar a vida?

a lista da alex era simples.
mas cada item exigia muito dela.
ela teve que sair da zona confortável que criou pra se proteger — essa é a parte mais difícil e mais bonita da história — ela jurava que tava tudo bem com a vida que escolheu (aceitou) viver.

e quando seu deparou com seus reais sonhos que ela entendeu que tava em uma vida medíocre e que pra sair do buraco, ela teria que encarar o que realmente queria.
mesmo que não fizesse sentido pros outros.

a pergunta que ficou no ar:

onde foi que a gente se abandonou?
esse luto é de alguém?
de uma fase?
de uma expectativa que não se realizou?
ou é só o cansaço de viver sempre no automático?

eu vou perguntar de novo:
onde foram parar os teus sonhos?

e, por favor, promete pra mim:
não pare de se perguntar isso até (re)encontrar a resposta.

💌 três desejos meus pra você (prega na parede, no espelho ou na testa):

1. que você não pare enquanto não tiver uma lista de 13 coisas que quer realizar (fora das expectativas sociais, pelo amor da deusa!)

2. que você não se abandone, não se conforme, não aceite menos do que uma vida que te dê frio na barriga todos os dias

3. e talvez o mais importante: que você nunca mais se perca de si.

e, sinceramente espero que o mundo melhore daqui pra frente, pra que a gente pare de confundir “amar a simplicidade” com “aceitar uma vida medíocre.”

levanta e VAI VIVER minha filhaaaaaaaa!

com amor,
Alice Alves

ps: é bom voltar a escrever pra você.
se sentir, me responde aqui no e-mail ou nos comentários.
quero saber como esse texto te atravessou.